Como foi trabalhar trocando hospedagem em Cusco
- Gabriela Hasselmann
- 7 de abr. de 2018
- 4 min de leitura
Lá em 2016 o We3pin começou a ser planejado, e tudo teve inicio depois que a Ju e a Bruna se apaixonaram pelo hostel que ficaram em Cusco e decidiram que queriam trabalhar lá. Descobrimos então sobre esse esquema de troca de hospedagem que existe em muitos lugares do mundo, e mesmo depois dos nossos planos terem mudado e elas terem decidido ir direto para a Europa, eu não quis perder a oportunidade de conhecer esse lugar que deixou minhas amigas tão apaixonadas.
Apesar de ser uma experiência indescritível tudo o que vivi lá durante esses quase 3 meses (ainda mais para uma canceriana como eu haha), vou tentar passar pra vocês um pouquinho do que foi essa experiência com um relato sincero e cheio de detalhes. Além disso, eu espero que você se sinta inspirado e também viva uma aventura dessa.

Do planejamento ao dia do embarque
Como já contamos em outro post, começamos a planejar essa viagem em setembro de 2016, para embarcar em dezembro de 2017. Desde então não tinha um dia (sem exagero) que eu não pensasse nessa aventura e sentisse todas as expectativas e medos, mas nada que abalasse a vontade de ir. Eu sempre quis terminar a faculdade e me jogar no mundo, e quando a ideia desse projeto chegou pra mim e pras meninas coloquei ele como prioridade na minha vida.
Passamos um ano e três meses juntando dinheiro: assim que meu salário caía na minha conta, 80% dele ia direto para a poupança e tinha que me virar para viver com os 20% que restavam. Deixei de sair e fazer muitas coisas por essa viagem, foi um esforço, mas era algo que eu fazia sorrindo, pois sabia das consequências. O mais louco de tudo é que o nosso projeto começou a me ensinar antes mesmo do embarque, primeiro me fazendo perceber como um bom planejamento financeiro faz diferença. Comecei a ter todos os meus gastos anotados em planinhas e um controle de tudo que podia gastar por mês e tudo que ainda precisava guardar para a viagem. Outra coisa é aprender que mesmo com todo o planejamento do mundo, as coisas podem mudar, e ta tudo bem.

Em outubro de 2017 fiz a aplicação no site worldpackers para trabalhar no Milhouse - o hostel de Cusco que a Ju e a Bruna tinham ficado -, pedindo uma vaga do inicio de janeiro ao final de março. A resposta veio rápida, já no dia seguinte, com várias perguntas da administração do hostel. Afinal, eles precisavam me conhecer melhor. Respondi tudo no mesmo dia e menos de dois dias depois já tinha a confirmação de estadia por lá. Embarquei para o Peru no dia 28 de Dezembro de 2017, com o coração cheio de expectativas e ansiedade.
Como foi trabalhar em um hostel por dois meses e meio?
Cheguei no Peru muito ansiosa pra conhecer tudo: meus companheiros de trabalho, o quarto onde eu ficaria, a cidade, tudo!! Já comecei sendo muito bem recebida na recepção e também quando subi pro bar pra conhecer quem estava trabalhando. Logo de cara conheci uma australiana/belga/marroquina (sim, quase tudo ao mesmo tempo, a história dela é louca, hehe) que se tornou uma pessoa muito especial pra mim e uma amiga de verdade.
Naturalmente, um hostel já é um ambiente propicio para conhecer pessoas novas e ter experiencias incríveis, já que são lugares cheios de pessoas que amam viajar e compartilhar suas experiencias. Por isso é muito importante estar aberto para todas as novidades que surgirem, percebi logo de cara. Quando trabalhamos em um hostel, então, isso se torna ainda mais forte. Por lá, eu tinha turnos alterados: as vezes de manha, alguns dias a tarde e outros à noite, mas o horário pouco importava, em todos eles aconteciam conversas que me ensinaram muito.
Como membro do Staff do Milhouse, eu tinha direito à duas refeições por dia (café da manhã + o almoço ou jantar), e também à uma cama no quarto da equipe. Nosso dormitório é como qualquer outro do hostel, com beliches e um banheiro, e por lá ficavam voluntários como eu. Cada hostel faz o seu tipo de voluntariado, com suas regras, suas horas de trabalho semanais, as funções que os voluntários exercem etc. No Milhouse o trabalho voluntário é apenas para o bar e/ou fotografia (mas quem aplica para fotografia trabalha no bar como todos os outros, a diferença é que quando tem algum evento especial no hostel, essa pessoa fica encarregada das fotos/vídeos).
Eu trabalhava 4 dias da semana e tinha 3 livres, e os turnos podem acontecer de três formas: manhã – de 07:00 às 14:00; tarde – 13:30 às 20:30; ou noite - 19:30 às 02:00. A escala de trabalho é feita pelos gerentes do bar e muda semanalmente. Além disso, em algumas semanas quando há um número reduzido de voluntários ou algo assim, podemos trabalhar 5 dias da semana e ter 2 comidas extras (e essas comidas são do menu do hostel mesmo).

Por que você também deveria trocar trabalho por hospedagem em um hostel?
Mesmo tendo indo no esquema de trabalho, ainda tinha três dias por semanas para passear e, com isso, consegui conhecer muitos lugares legais por Cusco e seus arredores gastando bem pouco. Outra parte legal da experiencia é tudo que você aprende: coisas básicas como preparar os drinks do bar até outras tão intensas que te transformam pra sempre. Lá atrás do balcão distribuindo free shots (adoro haha) eu ouvi histórias de pessoas dos quatro cantos do mundo, conheci outras que fizeram o mesmo que nós três e viajaram por um tempo longo, além de muito mais. Com certeza cheguei ao final desse período muito mais forte, inspirada e feliz pela decisão que tomamos lá em 2016.

Se você tiver mais alguma duvida sobre esse meu período de voluntariado no Peru é só perguntar aqui nos comentários ou lá no nosso Instagram @we3pin.
Nos vemos na estrada? :)
Comments