Fui passar 10 dias no Peru e nunca mais voltei

Tirando algumas viagens de férias com a família a minha primeira experiência real fora do país foi no Peru, em 2016. Talvez por isso mesmo o país tenha me marcado tanto e essa aventura tenha sido tão especial, mesmo assim, acho que escolhi a dedo quando decidi passar minhas férias de trabalho em terras peruanas. Mesmo tendo ficado pouco por lá - só 10 dias - vivi e descobri tanto sobre o mundo e sobre mim, que com certeza desembarquei no Rio uma menina diferente da que partiu. E como essa semana o nosso insta (@we3pin) ta cheio de fotos do Peru, ma bateu uma vontade enorme de falar sobre aquela viagem.

Pra começar, o Peru tem uma energia única e, se você não acredita nesse negócio de vibe, espera só até chegar lá. Quando eu decidi ir, em 2016, foi inspirada por vários amigos que já tinham conhecido o país e voltaram totalmente apaixonados, dizendo ter sido uma das melhores experiências de todas! Entendi perfeitamente o que eles queriam dizer quando desembarquei lá, e pra comprovar ainda mais essa teoria de que o lugar tem uma energia diferente, minhas melhores amigas - que também foram alguns meses depois - afirmaram sentir a mesma coisa.

Lima, a capital, é bem bonitinha, mas não é lá que você vai encontrar o verdadeiro Peru. Minha primeira experiencia real com o país foi em Paracas, onde eu e a Bruna (minha companheira nessa aventura) passamos um dia inteiro e perdemos o ar com as paisagens deslumbrantes. Lá, olhando o oásis de Huacachinna de cima, ou vendo o encontro do mar com o deserto no parque nacional, eu comecei a entender porque aquele país entrava sempre pra lista de favoritos de seus visitantes. Até o cheiro do lugar é único, uma mistura dos temperos, plantas e animais locais que você consegue sentir em qualquer parte do país, e olha que nós fomos de Lima até Puno, na divisa com a Bolívia.

A coisa começou a complicar mesmo em Cusco, quando logo no primeiro dia eu e minha amiga já nos víamos completamente apaixonadas por cada esquina de lá. Não existem palavras pra explicar, mas tentando traduzir de uma maneira bem modesta, eu diria que a cidade vibra de uma forma diferente. Nas ruas você vai ver uma mistura de peruanos típicos e inconfundíveis, com roupas da cultura local e suas lhamas, mas também muitos viajantes, de todas as idades, com seus mochilões nas costas e mapas nas mãos. A porta de chegada pra Machu Picchu é o destino de milhares de pessoas todos os anos, e com suas ruas estreitas e praças gostosas, Cusco se torna o ambiente perfeito pra conhecer mais não só sobre o país em sí, mas também sobre o mundo.

Nos 10 dias que passamos em Cusco eu conheci mais pessoas interessantes do que nos últimos cinco anos, a cada novo tour guiado, nova ida ao bar do hostel pra almoçar, nova caminhada pela cidade, a gente conhecia alguém novo. O mais legal é que todos lá parecem buscar algo que não sabem bem o que é, mas que tem certeza que estará pelo caminho. As pessoas em Cusco me inspiraram, e me fizeram ver como eu queria mudar o caminho que estava seguindo também. Foi no nosso hostel que descobrimos sobre a troca de trabalho por hospedagem, e foi bem na conexão de volta em Lima que eu e a Bruna ligamos pra Gabi e decidimos viajar dentro de um ano, com um planejamento bem elaborado.

Nada acontece por acaso, eu precisava ir pro Peru pra conhecer esse outro lado do mundo que, até então, achava que só existia pras pessoas muito ricas, ou muito loucas. Depois daquela viagem não consegui parar de pensar naquelas pessoas, viajando pelo mundo e descobrindo tanto. Percebi que aquilo valia muito mais pra mim do que as oito horas que passava no escritório, e que com alguma ajuda e planejamento eu também podia voar.

Talvez esse texto seja só um amontoado de lembranças que eu quis colocar aqui, mas na verdade o que eu quero dizer é: vá. Eu nunca estive tão perto de ser a mulher que eu queria ser, e muito disso eu devo aqueles 5 segundos de coragem insana quando cliquei “comprar” pra passagem Rio - Lima.

#Peru